ADVERTÊNCIA: contém linguagem e assunto inapropriados para menores de 12 anos
Não me lembro como, mas há cerca de 3 meses deparei-me com uma notícia veiculada aqui, na internet, que me chamou muito a atenção: “Menina morre ao ter orgasmo ininterrupto de 12 minutos”.
Não percam o próximo artigo a ser publicado em 20/03/2012: “Bichas e Deputados” (título provisório).
Não me lembro como, mas há cerca de 3 meses deparei-me com uma notícia veiculada aqui, na internet, que me chamou muito a atenção: “Menina morre ao ter orgasmo ininterrupto de 12 minutos”.
A primeira ilação que fiz foi lúgubre, obviamente: “Coitada..!”. Depois comecei a enxergar o lado cômico da notícia: “Pô, que morte legal! Quisera eu morrer assim - gozando infinitamente!” Infinitamente vírgula: esse lance tem como fim a sua morte, não se esqueça!! Minha esposa, por exemplo, não gostou muito dessa ideia, já imaginando meus últimos momentos de vida e minhas últimas palavras: “Oh, yes! yes! yes! yes! yes! yeeeeeeeeeees..! (silêncio...)”
A
curiosidade pelo fato me fez ir ao site que originou a notícia.
Permitam-me reproduzi-lo, aqui, caros leitores, para que vocês bebam da
própria fonte. Por ser uma citação e por outros motivos óbvios, vou
reproduzir esse texto em fonte do tipo “comic sans”, até porque ainda não inventaram a fonte “tragicomic sans” (rsrs), e também para vocês saberem que não se trata de palavras de minha autoria. Diz o texto da reportagem:
“Um
caso raro resultou na morte da estudante Bianca (...), 21
anos, de Belém (PA), que entrou em transe, ao ter um orgasmo prolongado
por 12 minutos, e acabou indo a óbito. A jovem estava tendo uma relação
com uma amiga de faculdade. O hospital que recebeu Bianca confirmou que o
orgasmo ininterrupto de 12 minutos foi a causa da morte.
“Ela
segurou forte o colchão com as unhas enfincadas, abriu a boca em forma
de “Ó”, e as pupilas dos olhos ficaram girando, dando voltas, como se
estivessem soltas dentro dos olhos dela”, contou a amiga que estava
presente durante a tragédia.
A
amiga contou também que, começou a desconfiar quando, aos 10 minutos,
Bianca continuava na mesma posição, olhos revirando, e com a boca aberta
gritando alto. “Aos doze minutos ela apagou, e eu corri atrás de uma
ambulância”, disse a amiga.
A
pedido da família, a polícia vai investigar o caso. O delegado disse,
em conversa com a reportagem de G17, que a amiga da vítima poderá
responder por homicídio sem intenção de matar, se ficar comprovado,
através de laudos, que ela foi a responsável pela morte da amiga.”
Saca só a foto que ilustra a matéria no site originário:
Fiquei imaginando o desespero que deve ter tomado a parceira sexual da jovem falecida (nego-me, terminantemente, a qualificá-la como “desafortunada jovem”) naquela tragédia: a parceira sobrevivente tendo que largar o serviço e, deixando a outra se estrebuchando na cama, provavelmente gritando yes, yes, yes, para telefonar, trêmula, para a SAMU. "E o escândalo? E a saia justa quando chegaram os paramédicos?", pus-me a conjecturar.
Fiquei imaginando o desespero que deve ter tomado a parceira sexual da jovem falecida (nego-me, terminantemente, a qualificá-la como “desafortunada jovem”) naquela tragédia: a parceira sobrevivente tendo que largar o serviço e, deixando a outra se estrebuchando na cama, provavelmente gritando yes, yes, yes, para telefonar, trêmula, para a SAMU. "E o escândalo? E a saia justa quando chegaram os paramédicos?", pus-me a conjecturar.
Um assunto desse jaez você não guarda consigo, não é mesmo? Eu não o guardei. Contei à minha esposa: “Lu, vem ver essa notícia aqui!”. “Meu Deus!...”, disse Lu, e completou: "...Que lance mais tragicômico()...” Adianto-me a explicar que minha esposa, de tão delicada e educada que é, não diz palavrões e tem o costume de falar tudo no diminutivozinho (é Volninho, é neguinho, é dorzinha, é fominha, cansadinha etc. É tão bonitinho quando ela fala!),
mas não dá para reproduzir, aqui, a sonorização da palavra “tragicômico” no seu grauzinho diminutivo, como ela inadvertidamente falou.
Sempre achei que morrer biologicamente não fosse lá algo só ruim, especialmente se a forma de morrer for dormindo ou gargalhando, por exemplo. Na primeira forma (dormindo) o sujeito nem acorda "zzzzz... zzz... z... ..." (tentam acordá-lo em vão); nem
sabe que morreu, até que São Pedro faça cair sua ficha. Na
outra, a gente não pode negar que a pessoa teve uma morte feliz, pois estava
gargalhando (após uma boa piada, por exemplo) "...KKKKKKK! Essa é boa! KKKKK! O papagaio pedindo à galinha para os pintinhos dela terem 'pena' dele ... KKKKKKK (e morre num apagão definitivo.....)". Ao tomar ciência desse inusitado modo de morrer (gozando),
apressei-me em acrescentá-lo ao meu rol de maneiras "maneiras" de se morrer.
Depois
de espalhar essa notícia com alguns amigos em conversas amenas, resolvi
dar um mergulho mais profundo nessa tragédia e procurei mais detalhes no site G17, especialmente nos comentários postados pelos internautas
visitantes. Tem gente para tudo.
Você não vai acreditar, mas teve internauta fazendo comentários do tipo: “Que maneira mais GOZADA de morrer!”. Há muitos comentários, uns até gozados (desculpe a inevitável reincidência desta palavra). Um dos comentários sugeria
que a incauta amante sucumbente, lá pelo segundo ou terceiro minuto do
êxtase teria tentado avisar à sua amante do quê estava sentindo, quando ela teria cantado parte da música de Michel Teló ("... assim você me mata!"); Imagina-se, pelo desenrolar do fato, que, nessa hora, a garota sobrevivente apenas pensou que sua parceira estava em dia com as paradas de sucesso e, animada, caprichou ainda mais na performance! E há outros engraçados,
como aquele de um carinha que pede o telefone da amiga que sobreviveu à sessão de
luxúria. É que o negócio era mesmo tragicômico. É realmente gozado....
A internet é uma fonte inesgotável de informações.
É, também, uma excelente ferramenta de trabalho. Como advogado que sou,
aboli o uso de livros e códigos pesados e volumosos. Não mais compro
códigos físicos porque a internet me fornece gratuitamente essa fonte
de consulta de forma absolutamente fidedigna: o próprio órgão em que se sanciona a nova norma legal a sistematiza, publica, atualiza.
Mas é preciso ter muito cuidado com o que se lê e se vê na internet. Atente para o que eu disse no parágrafo anterior ao definir a internet como “fonte inesgotável de informações”. Eu não qualifiquei o substantivo “informações” com adjetivos do tipo “seguras”, “corretas”, ou “verdadeiras”.
Sabedor
de que os noticiários televisivos não têm mais escrúpulos e mostram de
um tudo, desde o trágico ao bizarro (filmagens de assassinatos covardes,
acidentes, explosões de caixas-eletrônicos), estranhei o fato de
ninguém ter comentado, por exemplo, que o Datena tivesse dado essa
notícia, e resolvi amainar minha inquietude.
Numa
olhada mais atenta no site que veiculou aquela notícia, o G17 (a matéria foi reproduzida em dezenas de outros sites), tive que
refazer toda minha linha de raciocínio e de pensamentos sobre o caso. O
que me chamou a atenção foi a logomarca do site, em que, até então, eu
não havia prestado atenção:
Em letras minúsculas, quase imperceptíveis, a logomarca do G17 tem o seguinte slogan: Sem compromisso com a verdade. (Se você posicionar o cursor sobre esta frase, apertar a tecla Ctrl e, mantendo-a apertada, girar para a frente o botão que fica na parte superior de seu mouse, você conseguirá enxergar melhor. Conseguiu?)
Depois de ler o slogan do site, ou seja, “SEM COMPROMISSO COM A VERDADE”, passei a me indagar: “E agora? Será que aquilo foi verdade mesmo ou foi só uma brincadeira?
Sinceramente, ainda não sei. Mas resolvi contar esta história aqui no
meu blog para compartilhá-la com meus leitores e até para pedir ajuda no
sentido de saber se é verdade ou mentira!
Moral
da história: a internet é realmente esta estrada fantástica na tela à nossa frente. Lembra-me a letra de Belchior "Meu bem, o mundo inteiro
está naquela estrada ali em frente...!". Entementes, é um território às vezes sem dono,
outras vezes sem escrúpulos, mas sempre rico em conteúdo - e cheio de lobos maus vestidos em pele de
loiras gostosas. Não dá para acreditar em tudo que a gente lê. É preciso filtrar as fontes e checar a veracidade dos fatos.
Ah,
já ía me esquecendo: no site G17, na página dessa matéria da morte por
gozo, tem um comentário de um gaiato prometendo dar o mesmo prazer
prolongado a qualquer mulher sem, necessariamente, levá-la à morte. Quem vai se
habilitar, hein?
VOLNEY AMARAL
Não percam o próximo artigo a ser publicado em 20/03/2012: “Bichas e Deputados” (título provisório).
Para visitar a matéria deste artigo visite o site:
Olá, Volney
ResponderExcluirInteressante sua reflexão sobre as informações da internet! Isso me faz lembrar do Mito da Caverna de Platão...? Os homens viviam na escuridão e "de repente" viram a luz, o conhecimento... Mas agora está acontecendo o contrário: através da luminosidade, claridade as pessoas em frente à TV, internet e todas essas parafernálias estão mergulhando na escuridão!!!!
É assustador, não???
Abçs
Ivanilde
O texto poderia ser menor
ResponderExcluirAgradeço sua crítica e colaboração. Na verdade, antes da publicação, o texto era ainda maior e foi reduzido. Concordo que a extensão do texto pode desestimular o leitor a completar a leitura. Trabalharei nesse sentido nos próximos artigos.
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